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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mata Hari



Margaretha Geertruida Zelle
















Margaretha Geertruida Zelle, nasceu em 7 de agosto de 1876, em Leeuwarden, na Holanda. Dançarina erótica profissional e cortesã.

Acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França, é julgada e considerada culpada. Em 15 de outubro de 1917 é fuzilada na cidade de Vincennes, na França.Alguns afirmam que ela era nada mais que um bode expiatório.

Seu pai era de origem javanesa e sua mãe holandesa mas gostava de se passar por nativa das índias Holandesas, filha de um rajá e de mãe indiana. Mata Hari em indonésio significa "Olhos do dia".

Teve dois filhos Norman e Jeanne-Louise MacLeod. Norman morreu com 3 anos de idade e Jeanne-Louise aos 21 anos (1019) de várias complicações causadas pela sífiles herdada de sua mãe.

Suas últimas palavras à uma freira, próximo do poste de execução: "Beije-me rápido e me deixe agora. Coloque-se à minha direita. Eu olharei para o seu lado. Adeus!".
A famosa dançarina e suposta espiã Mata Hari continua sendo motivação para livros e filmes em diferentes versões. A editora Record lançou em 2011 um novo romance de Yannick Murphy intitulado "Assinado, Mata Hari".



Sinopse - Editora Record - lançamento 2011
"Assinado, Mata Hari" de Yannick Murphy, revela facetas menos conhecidas da suposta espiã do início do século XX. O erotismo dos tempos de dançarina caminha ao lado das lembranças de sua vida matrimonial anterior a fama na narrativa criada pela escritora norte-americana. Passo a passo, ela mostra a transformação de Marghareta Zelle – como foi oficialmente batizada – em uma das artistas mais famosas e polêmicas dos Anos Loucos parisienses. Yannick equilibra lirismo e erotismo no retrato de um dos mais instigantes ícones do século XX.







Editora - Rosa dos Tempos - 1997
Sinopse da editora:
"Mata Hari a Amante Fatal" mostra toda a intriga que cercou esta personagem, questionando a realidade do papel da mulher no mundo da espionagem, e a forma como a vida de Margaretha Zelle MacLeod foi mitificada na de Mata Hari, a mulher mais perigosa do mundo.

CD - Trilha Sonora:


Baseado em Livro de Jerome Coopersmith; letras de Martin Charnin; música de Edward Thomas.

Filmes sobre a dançarina:






segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Allen Ginsberg - Poeta e Fotógrafo


Em 1955, na Six Gallery, em São Francisco, Califórnia, Allen Ginsberg lia em público pela primeira vez um longo poema composto por ele numa única tarde;
"Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome histéricos nus/ arrastando- se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa", assim começa "Uivo".
Em pouco tempo, como todos os rebeldes, os beats teriam sido devidamente assimilados, suas roupas imitadas, suas viagens refeitas por seguidores.Mas Ginsberg continuou escrevendo seus versos belíssimos, sujos, radicais, ecológicos, gays, contraculturais que revolucionaram a literatura americana, até morrer em 1997.


Para Lindsay

Vachel, as estrelas se apagaram
a escuridão caiu na estrada do Colorado
um automóvel se arrasta lento na planície
pelo rádio ressoa o clangor do jazz na penumbra
o inconsolável caixeiro viajante acende um cigarro
Há 27 anos em outra cidade
eu vejo sua sombra na parede
você de suspensórios sentado na cama
a mão de sombra encosta uma pistola na sua cabeça
seu vulto cai no assoalho

(tradução de Claudio Willer)



Trecho inicial de Howl (Uivo) para Carl Solomon
Trad.: Rodrigo Garcia Lopes

Eu vi as melhores cabeças da minha geração destruídas pela loucura,] famintos histéricos nus,] se arrastando na aurora pelas ruas do bairro negro na fissura de um pico,] hipsters1 de cabeça feita anjos ardendo por uma conexão celestial e ancestral com] o dínamo estrelado ancestral na maquinaria da noite,] que pobreza e farrapos e olhos ocos e loucos sentaram fumando na escuridão] sobrenatural dos apartamentos sem calefação flutuando pelos tetos das] cidades contemplando jazz,] que despiram seus cérebros ao Céu sob o El2 e viram anjos muçulmanos] cambaleando sobre telhados e iluminados,] que passaram por universidades com olhos serenos e radiantes alucinando] Arkansas e tragédias de luz-Blake3 entre os mestres de guerra,] que foram expulsos de universidades por pirarem & publicarem odes obscenas nas] vidraças do crânio,] que se encolheram em quartos barbudos e de cuecas, queimando dinheiro em]cestos de lixo e escutando o Terror pela parede,] que levaram uma geral nos pentelhos voltando via Laredo4 com] um cinturão de maconha rumo a Nova York,] que engoliram fogo em hotéis de quinta ou beberam terebentina no Beco do] Paraíso5, morte, ou purgatoriando seus torsos noite a noite] com sonhos, com drogas, com pesadelos despertos, álcool e caralho e escrotos e fodas infinitas [...]
[1] Hipster, gíria dos anos 40 para drogado e marginal.
[2] El, ou “Elevated Train”, no original, refere-se ao elevado para o trem do metrô que existe em algumas cidades norte-americanas. El também é o nome hebraico para Deus.
[3] Referência ao poeta e visionário inglês William Blake, com o qual Ginsberg teria tido uma alucinação em 1948.
[4] Cidade texana que faz fronteira com o México.
[5] Paradise Alley, Viela ou Beco do Paraíso, em Nova York. Referência ao lugar onde morava a prostituta Mardou Fox, do romance Subterraneans, de Jack Kerouac.



Lágrimas

Eu agora estou chorando o tempo todo.
Eu chorei no meio da rua quando deixei Seattle Wobbly Hall.
Eu chorei ouvindo Bach.
Eu chorei olhando as flores felizes no meu quintal, chorei diante da tristeza das
árvores de meia idade.
A felicidade existe eu a sinto.
Eu chorei pela minha alma, chorei pela alma do mundo.
O mundo tem uma alma bonita.
Deus surgindo para ser visto e ser chorado. Transbordante coração da Peterson.


Aquelas Duas

Aquela árvore disse
Eu não curto esse carro branco sob mim,
ele fede a gasolina
A outra árvore ao lado disse
Ah você tá sempre reclamando
você é uma neurótica
dá pra ver pelo jeito que você tá inclinada




Canção

O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo da solidão,
sob o fardo da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos nos toca
o corpo,
em pensamentos constrói
um milagre,
na imaginação aflige-se
até tornar-se humano
sai para fora do coração
ardendo de pureza
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços do amor.
Nenhum descanso sem amor,
nenhum sono sem sonhos
de amor
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos ou por máquinas,
o último desejo é o amor
não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:
o peso é demasiado
deve dar-se sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.
Os corpos quentes brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis voltar
ao corpo
em que nasci.








 "Quando eu posso ir ao supermercado e comprar o que eu preciso com a minha boa aparência?"



Fotografias de Ginsberg



Iggy Pop

Jean-Michel Basquiat

Louise Nevelson

William Burroughs



Harry Smith


“Sentei-me por décadas tomando chá pela manhã olhando pela janela da cozinha, um dia reconheci meu próprio mundo o quintal familiar, um gigante jardim de Atlantis submerso com muros de tijolos úmidos, ailanthus (estramônios) "Árvores do Céu’" acenando, com as chaminés ao longo da Avenida A encimadas pelo piso superior dos apartamentos de Stuyvesant Town a dois quarterões de distância na Rua 14, minha atenção focada nas gotas de chuva no varal. 'As coisas são símbolos de si mesmas', dizia Chögyam Trungpa Rinpoche. Nova York 18 de agosto de 1984.”

Filme "Uivo" - Sobre sua vida e arte, seu poema mais famoso é ilustrado no filme enquanto o julgamento por obscenidade  é dramatizado.

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