Alécio de Andrade nasceu em 29 de abril de 1938 no Rio de Janeiro.Formou-se em direito pela antiga Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara, no Catete, Rio.
Ganhou vários prêmios literários e fotografou muitas personalidades, como o estilista Pierre Cardin, o cineasta Glauber Rocha, os pintores Salvador Dali e David Hockney, os filósofos Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Otto Lara Resende, Rubem Braga e Hélio Pellegrino, entre muitos outros.
Alécio de Andrade mudou-se para a Europa em meados dos anos 60, passou a atuar como fotógrafo profissional. Foi correspondente da revista Manchete, de 1966 a 1973.
Seus trabalhos foram publicados em revistas como, Elle, Figaro Madame, Géo, Le Nouvel Observateur, Lui, Marie-Claire, Options, Peuple et Culture, Photo, Réalités , Il Tempo, Nuova Fotografia, Progresso Fotografico , Stern , American Photographer, Fortune, Newsweek , Fatos e Fotos, Isto É, Jornal do Brasil, Veja.
Em 1981, ganhou prêmio de fotografia na Exposição Especial do Livro de Fotografia, na Alemanha, pelo livro “Paris, ou a vocação da imagem” de Júlio Cortázar , seu amigo e admirador.
Morreu em Paris , no dia 6 de agosto de 2003.
O que Alécio vê
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
A voz lhe disse ( uma secreta voz):
- Vai, Alécio, ver.
Vê e reflete o visto, e todos captem
por seu olhar o sentimento das formas
que é o sentimento primeiro - e último - da vida.
- Vai, Alécio, ver.
Vê e reflete o visto, e todos captem
por seu olhar o sentimento das formas
que é o sentimento primeiro - e último - da vida.
E Alécio vai e vê
o natural das coisas e das gentes,
o dia, em sua novidade não sabida,
a inaugurar-se todas as manhãs,
o cão, o parque, o traço da passagem
das pessoas na rua, o idílio
jamais extinto sob as ideologias,
a graça umbilical do nu feminino,
conversas de café, imagens
de que a vida flui como o Sena ou o São Francisco
para depositar-se numa folha
sobre a pedra do cais
ou para sorrir nas telas clássicas de museu
que se sabem contempladas
pela tímida (ou arrogante) desinformação das visitas,
ou ainda
para dispersar-se e concentrar-se
no jogo eterno das crianças.
o natural das coisas e das gentes,
o dia, em sua novidade não sabida,
a inaugurar-se todas as manhãs,
o cão, o parque, o traço da passagem
das pessoas na rua, o idílio
jamais extinto sob as ideologias,
a graça umbilical do nu feminino,
conversas de café, imagens
de que a vida flui como o Sena ou o São Francisco
para depositar-se numa folha
sobre a pedra do cais
ou para sorrir nas telas clássicas de museu
que se sabem contempladas
pela tímida (ou arrogante) desinformação das visitas,
ou ainda
para dispersar-se e concentrar-se
no jogo eterno das crianças.
Ai, as crianças... Para elas,
há um mirante iluminado no olhar de Alécio
e sua objetiva.
(Mas a melhor objetiva não serão os olhos líricos de Alécio?)
Tudo se resume numa fonte
e nas três menininhas peladas que a contemplam,
soberba, risonha, puríssima foto-escultura de Alécio de Andrade,
hino matinal à criação
e a continuação do mundo em esperança.
há um mirante iluminado no olhar de Alécio
e sua objetiva.
(Mas a melhor objetiva não serão os olhos líricos de Alécio?)
Tudo se resume numa fonte
e nas três menininhas peladas que a contemplam,
soberba, risonha, puríssima foto-escultura de Alécio de Andrade,
hino matinal à criação
e a continuação do mundo em esperança.
Belo trabalho o seu, Bere!
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